Colheitas do Silêncio
Eliana
Crivellari
E porque
desejasse singeleza em mundo tão adverso....
E porque
nada menos que a mais doce simplicidade se lhe fizesse urgente...
E porque a
alma ouvisse barulho muito, e rogasse dos sons o emudecer – quase
perfeito -, vozes poucas, quietude plena, e, em acolhedores minutos, carícias
suaves, quais orvalho da manhã!...
E porque
nem mais porquês encontrasse em meio ao desconforto - ecos advindos das guerras
tantas e várias no Planeta Azul – de vermelho tinto – isolou-se em um
canteiro, a buscar a energia translúcida dos reinos governados pelos seres
elementais.
Jardins,
santuários harmoniosos – plantas, aromas, insetos, e reflexões diversas, tão
somente possíveis nesses plácidos remansos.
Sempre a
tais recorria, como agora, em fuga dos mais ensurdecedores ruídos ao entorno -
ou, dentro de si, vulcões em estrépitos?
Apaziguou-se.
E,
revigorada, registrou os maiores instantes vibracionais naquele oásis,sereno
aconchego, recanto de aprendizado e de
bênçãos:
Dois
Tempos:
1º Momento:
Na
casa da Poesia
Um
tom acima
O
silêncio verte verde
Planta
muda cresce
Reverte
temas
Na
Casa da Poesia
Ninguém
desconfia
Não
se tecem cismas
O
sol a pino
Doura
a folha
E
só isso existe
Posse
de si mesmo
A
perfeição do mundo
Vegetal,
colossal, abismal
Na
casa da Poesia
É
que se planta
Siso,
juízo, sorriso
Mas
há que ser flor
Folha,
arbusto, árvore
Há
que ser margem de regato
Há
que ser silente
Um
tom acima
Como
no jardim
Em
que girassóis
Dançam
a dança da luz
E
tudo é paz
Tudo
se refaz
Em
silêncio
Absoluto
Contrito,
irrestrito
Silêncio...
Repouso
dos humanos desatinos?
2º
Momento:
A
borboleta
Na
flor pousa
Repousa
o voo
Em
cores e cheiros
Que
se oferecem em mudos cânticos
Ao
estribilho dos pássaros
Ao
zumbido dos insetos
Plantas
nada falam
Ouvem
São
as arquitetas de
Alheias
melodias
Mas
de si
Nada
dizem
A
não ser de pétalas
A
não ser de caules
A
não ser de perfume
A
se espargir de graça
Como
a graça do existir
Tão
somente flor, folha, jasmim...
Tão
somente assim
Explosão
de Luzes!
Minha poetisa predileta se supera a cada novo texto. Sabe como ninguém tecer um jardim feito de palavras, e consegue fazê-lo se materializar, assim, tão concreto quanto a sua poesia. Parabéns mais uma vez!
ResponderExcluirPauline Oliveira - Belo Horizonte
Parabéns Lili, bela poesia. Concordo com a Pauline, a cada texto , nova superação. Que o bicho homem aprenda a respeitar a natureza, que tanto nos ensina com sua grandeza e esplendor. Valeu. Seu filho Junior
ResponderExcluirQuerida mãe Lili, que sua poesia continue como um belo jardim, a florescer, a encantar, a trazer brilho e emoção áqueles que a lêem. Faço este acréscimo em meu comentário, e torço para que continue iluminada, laborando na seara das palavras, transformando o "caos' de simples palavras aparentementes desconexas em poesia, em cântico, em luz e ensinamento. Parabéns. Junior.
ResponderExcluirNana querida,
ResponderExcluirSe a avó do Arthur tem agora um Anjo na família,
a lhe sussurar segredos de um Reino indescritível e absurdamente BELO, Arthur também é um privilegiado por ser neto de uma Artista em todos os sentidos. Com todas as maiúsculas, talentosa, tanto quanto repleta de Amor.
Seus trabalhos falam de você.
O Anjo do trabalho visual que você fez para ilustrar o meu texto é você.
E recebo todas as vibrações desse seu coração bonito -angelical - e ao superlativo irradiador de Paz e de Bênçãos.
Obrigada, minha linda Artista, seja muito feliz
junto do seu neto, do qual ainda voltarei a falar.
Toda a gratidão e todo o extremo carinho,
e leia nas entrelinhas tudo o mais que as palavras não puderam exclamar,
bjs,
Eliana Crivellari
Minha Lili, você me surpreende cada vez mais, migucha! É muita emoção para este velho coração, amiga! Lindo demais cada verso teu! Um beijo nesse belo, meigo coração com o carinho da Regina
ResponderExcluirPara a Nana, nova vovó coruja deste Brasil,desejando um futuro saudável e risonho para o Arthur, um imenso abraço com carinho Regina
Parabéns, querida Lili! Amei.
ResponderExcluirBjs
Bel