A poesia que não
fiz...
Eliana Crivellari
Ah!
a poesia que não fiz,
os
versos que ainda não pude escrever,
ah!
meus pobres versos
pedem
o anverso,
o
reverso,
rogam
por águas limpídas,
imploram
por nossos índios,
lamenta
o imponderável,
mais-que-lastimável-imponderável
choro
de nossa gente,
brasileira
gente,
assassinada.
Minha
poesia está a fazer rezas
antigas
rezas em minha infância aprendidas,
para
sempre jamais esquecidas,
embora
o tempo longe vá.
Para
tão longe o tempo voou!
Minhas
rimas serão impossíveis,
serão
absurdas,
impuras
se tornarão,
se
não vibrarem o Hino da Terra,
se
não forem acordes
sonoros,
em uníssono,
com
a grandeza do Universo.
Gaia,
Terra Mãe,
não
posso poetar
vendo-a
prantear seus prantos
de
dor
de
uma intensa dor
gemida,
sentida,
vivida, urdida em seus seios-
leite
seco que já não alimenta,
sangue
de uma gestação interrompida,
de
uma evolução transferida,
para
não sei onde,
não
sei como,
não
sei quando....
Não
sei.
Minha
poesia pede tempo
e
trabalho...pela Vida de todos nós!
Parabéns poetisa da Sociedade de Poetas Del Mundo!Sua poesia, afinadíssima como sempre.
ResponderExcluirUm beijo de sua fã,
Pauline Oliveira - Belo Horizonte
Querida, isto é muito lindo! É muito comovida que esta tua amiga vem deixar o seu abraço pelo belo poema. E beijos também, Regina
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