Odores
Quando Ricardo Noblat escreveu o artigo “Mau Cheiro”, achei que o jornalista estava exagerando na sua indignação diante das bandalheiras tradicionais da Capital Federal.
Com o evoluir dos dias, “Mau Cheiro” se tornou um título ameno. Brasília está podre, fétida e insuportável para se viver uma vida saudável. Em apenas onze meses do governo da continuidade, não se fez outra coisa a não ser desconstruir o governo passado.
O sexto herdeiro do ex-presidente está com as horas contadas para encaminhar, a pedido, a sua carta de demissão de ministro - para o bem do Brasil.
Para os colecionadores de curiosidades históricas: todos os ministros que pediram demissão pertenciam ao círculo de confiança do ex-presidente, que elegeu um poste para sucedê-lo, como ele gostava de comentar.
Nem debates aconteceram no diretório do partido para a escolha do sucessor do ex-metalúrgico. Foi, ou a inauguração da democracia cubana entre nós, ou para agradar os capitalistas do Cara do Obama.
E a moda pegou, pois o ex-presidente, sem discussões, emplacou o ministro da sua preferência para candidato à prefeitura de São Paulo.
Melhor sair logo. Vai que este daí também tenha que pedir demissão? Piorou, e muito, a qualidade da educação brasileira, mesmo tendo aumentado extraordinariamente os recursos orçamentários do Ministério da Educação.
O tri desastre do Enem, ficará como o seu maior legado. Difícil é convencer a opinião pública em uma eleição, assim como a política de cotas para os chamados cursos nobres - Medicina, Engenharia e Direito.
Tem mais: o MEC vai cortar 50 mil vagas em universidades públicas e privadas. Mais de 37% das instituições foram “reprovadas” pelo MEC.
A Unicamp, que é uma universidade estadual do interior de São Paulo, é a melhor universidade pública em classificação do MEC.
Todos os ministros demissionários tiveram como único motivo provável, o desvio ético no exercício do cargo, com exceção do gaúcho que disse não ter votado na presidente por achar o Serra mais competente.
Nessa leva ministerial, sobrou até para ex-ministro, hoje governador de Brasília. O governador levou para investigação criminal uma colega de residência médica, com muito conceito científico no Brasil.
Diante da nova condição de criminosa, a doutora resolveu contar tudo sobre o seu envolvimento para a imprensa, e promete mais à justiça. Lendo essas notícias pelos jornais, a impressão para quem está longe, é que em Brasília, onde as semanas são de três dias, agora ninguém trabalha, com exceção da polícia.
Dizem que o pânico tomou conta do Palácio do Planalto. Ministros que já estão há bastante tempo enraizados, estão tendo problemas de saúde. O Mau Cheiro em Brasília ficará insuportável se a inflação oficial voltar. Ainda bem que estamos às vésperas da Copa do Mundo, para nos alegrar.
Os fabricantes de perfume estão aumentando os estoques para suportar a demanda diante de um imprevisto de crise econômica européia no Brasil.
Por enquanto, só odor de “Mau Cheiro” de travessuras políticas.
Gabriel Novis Neves
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