Só no que vem
Texto e foto de Valéria del Cueto
Pensou bobagem? Errou. O tema é sério.
Sabe aquilo que você pretendia buscar e ainda não alcançou? Agora... só ano que vem.
Quer fazer um esforço concentrado e tentar resolver seus problemas burocráticos? Só ano que vem.
Precisa de ajuda da justiça? Só ano que vem, depois das férias forenses.
Quer receber de quem te deve? Só ano que vem...
Pagar aquela dívida? Só ano que vem depois que quem te deve honrar seu compromisso.
A grana está escassa, queria pedir um aumento pro chefe?
- Só? Ano que vem!(será a resposta do patrão)
Que tal arrumar um emprego melhor? Só ano que vem, bem depois do carnaval.
Tomar providências e sair desse círculo vicioso, voltando a estudar? Matrícula, você sabe, só pro ano que vem.
Tá pensando em partir pra um regime alimentar drástico, ainda sonhando em entrar o verão tinindo? Pode começar (nas festas?), mas resultado que é bom mesmo, só (no meio do) ano que vem!
Tá pensando em chutar o balde, tomar tenência e brigar com a namorada/amante/mulher? (Passar as festas sozinho é roubada!!!!) Deixa pro...ano que vem.
Tinha a intenção de se mudar ou reformar o apartamento? Espere a alta temporada passar. Só ano que vem!
Precisa tomar providências de rotina para acompanhamento da sua saúde? Otimista! Pode até marcar as consultas agora, mas atendimento que é bom... Só ano que vem, provavelmente depois das águas de março.
Quer mais segurança para sua família, amigos, vizinhos? Só ano que vem (isso é lenda, claro, mas a esperança é a última que se despede da temporada)
Pretende lutar contra a corrupção e a roubalheira que assolam o governo? Só ano que vem? (É o que eles querem, mas a gente não deixa de fiscalizar, denunciar e cobrar. Se faz efeito, são outros quinhentos)
Educação decente? Só... deixa pra lá.
Melhorar a qualidade da política nacional? (Para isso, vote direito!) Só nas eleições, ano que vem.
Transparência, decência e ética? Só ano que vem poderemos continuar mudando essa bandalheira, dependendo do resultado das urnas. Por que com o que está aí, é im-pos-sí-vel. Não haverá cadeia pra tanto delinquente!
Mas não se estresse, nem se desgaste mais que o necessário.
É tempo de passagem, CARPE DIEM!
Que as mazelas que não conseguimos superar e os problemas sem solução não consumam inutilmente nossas boas energias neste período.
A partir de hoje e nas próximas semanas preocupe-se apenas em ser feliz. Distribua sua alegria entre os que lhe querem bem e dê para quem precisa aquilo que todo mundo pode – e deve - esbanjar em qualquer época da vida: amor, solidariedade e amizade.
PS: Se a teoria dos maias se confirmar e a era que vivemos se extinguir em dezembro de 2012, este será o último Natal e Réveillon antes da nossa nova vida. Lembre-se que sempre depois de um final, haverá um recomeço!
* Valéria del Cueto é jornalista, cineasta e gestora de carnaval. Esta crônica faz parte das séries “Parador Cuyabano” e “Ponta do Leme”, do SEM FIM
Valéria querida,
ResponderExcluirObrigada pelo belo texto,
e Felicidade pelo Natal, por 2012 e
sempre,
Eliana Crivellari-BH-MG