DIVISÃO DUPLA
Há pouco tempo escrevi que, por enquanto, a questão da nova divisão de Mato Grosso ficaria esquecida. O grande defensor do fatiamento do Estado está no poder, e poder ninguém gosta de dividir.
O auge das discussões aconteceu, e consta nos anais da nossa Assembléia Legislativa, quando o governador das “Diretas Já” indicou o seu substituto.
A eleição do ex-governador da época para o Senado eram favas contadas, para quem deixava o cargo com avaliação positiva de mais de 80% da população do Estado.
Diante desse quadro político, os recém chegados endinheirados ao Nortão pagaram para orientá-los um marqueteiro do Nordeste do Brasil, e ocupante de cargo público em grande prefeitura de São Paulo.
Surgiu então, com virulência a campanha da divisão, tendo como única justificativa a conquista do poder de um novo Estado.
Suportar mais quatro anos para quem estava oito fora, pesou muito na cabine eletrônica.
“No exercício do poder evite qualquer tipo de arrogância” - Maurício Botelho.
Isso faltou aos eruditos e sábios da geração do tênis, dando o gancho para o aparecimento da turma da botina.
Votei nos botinudos, e sempre acreditei que uma renovação é sempre saudável.
Logo percebi que era mais um engodo eleitoral, ou, como diz o humorista Didi dos Trapalhões: “É fria".
Naquela época falava-se apenas na criação do Estado do Araguaia, para desenvolver o Vale dos Esquecidos.
Agora surgiu mais um, que é o futuro Estado de Mato Grosso do Norte.
Durante os oitos anos do governo da turma da botina, os marqueteiros trabalharam pra convencer a população, especialmente à do Nortão que o governo com as suas realizações viabilizaram a região, não precisando mais dividir o Estado para ele se desenvolver.
Um ano após a saída desse grupo do governo, discute-se novamente em Brasília, com o apoio da base de sustentação do governo federal, a divisão de Mato Grosso, agora dupla.
A redivisão territorial do Brasil é um processo sem retorno.
O Estado de Mato Grosso, após dez anos provou que não tem como se desenvolver. Cresceu economicamente e praticamente se anulou em conquistas sociais.
Cuiabá é uma cidade fantasma com graves problemas, não possuindo sequer um hospital estadual.
O Vale dos Esquecidos continua esquecido, sofrendo com a violência.
O rico Nortão produz alimentos, sem ter como escoar competitivamente a sua produção.
O governo anterior não realizou investimentos, com retornos sociais.
Apenas desaparecimento das nossas florestas, transformadas em toras de madeira, e muita propaganda.
O processo de redivisão territorial de Mato Grosso, em dois novos Estados, está mais rápido que as obras da Copa em Cuiabá.
O governo federal está acelerando o projeto da estrada de ferro (que não é a do Vuolo), asfalto de grandes rodovias e outros investimentos pesados na região da dupla divisão.
Nesse processo, na melhor das hipóteses, Cuiabá ficaria com o irmão do elefantinho.
No Pará está havendo plebiscito para a divisão do Estado, e esforço concentrado na pavimentação da Cuiabá-Santarém.
Muita gente acredita que essa re-redivisão territorial do nosso Estado seja um projeto do governo federal, e uma das exigências da FIFA.
Gabriel Novis Neves
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