sábado, novembro 19, 2011

Os eleitos têm as famosas verbas de gabinete: combustível, moradia, transporte, lobby - antigamente chamado de tráfico de influência - e a liberação das emendas parlamentares.

O preço de uma candidatura


Já escrevi que o preço de uma campanha política está pela hora da morte.
As despesas aumentam a cada eleição, que para a felicidade dos milhares de cabos eleitorais, é realizada de dois em dois anos.
Nesse intervalo, as atividades políticas não param, tampouco, as despesas dos candidatos eleitos ou não.
Os eleitos têm as famosas verbas de gabinete: combustível, moradia, transporte, lobby - antigamente chamado de tráfico de influência - e a liberação das emendas parlamentares.
Esta última é tão importante, que os deputados e senadores em cargos estaduais retornam aos seus postos no Congresso Nacional até a aprovação da presidente e a sua publicação no Diário Oficial da União.
A liberação das ditas cujas são negociadas de acordo com o comportamento do parlamentar nas votações de interesse do governo.
Aliás, muitos deputados e senadores não foram eleitos para defender os interesses da população.
Li em um jornal que, para o governo preparar a candidatura do ministro da Educação à prefeitura de São Paulo, nos últimos nove anos o orçamento do seu ministério aumentou de 19 bilhões para 69 bilhões de reais.
O triste nesse pulo do orçamento do MEC é que, nesse período de gastança desenfreada, a qualidade do ensino público despencou.
Gastamos muito dinheiro da educação nesse período e perdemos muito em qualidade. O custo de um aluno inscrito para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é de 45 reais, sendo o de um eleitor, de apenas R$ 3,61.
O resultado das eleições em um país de mais de oito milhões de quilômetros quadrados é conhecido após quatro horas, com lisura após o fechamento das urnas.
Pelo terceiro ano consecutivo o concurso do Enem é anulado por vazamento das questões da prova. Interessante é saber que 70% dos alunos do curso superior cursam universidades particulares, que recebem incentivos e isenções do governo para aceitar os alunos carentes.
Por que o governo federal não aumenta o número de vagas nas universidades públicas? Falta de interesse em secar uma importante fonte de recursos que as universidades privadas representam em uma eleição.
As verbas do MEC foram estrondosamente aumentadas apenas para propiciar ao seu titular maior visibilidade para a candidatura oficial à prefeitura da cidade de São Paulo, que em orçamento só perde para a União e o Governo do Estado de São Paulo.
Este candidato imposto pelo Cara do Obama deixará o ensino brasileiro nas cucuias por puro capricho do homem que se gaba de eleger um poste para a Presidência, e agora quer eleger um afilhado prefeito da maior cidade do Brasil.
É alto o preço de uma candidatura, especialmente quando bancada com recursos da educação em um país sem educação.

Gabriel Novis Neves

Um comentário:

  1. Nana,
    Vim para registrar meus agradecimentos.
    Ao Gabriel Novis Neves, sim, por também se fazer, incansavelmente, o brado de quantos não têm voz neste país.
    E a você, minha querida, pela beleza do seu trabalho que só enriquece a minha página e os artigos publicados.
    Ficou excelente a ilustração deste artigo e,
    sua Arte, fonte de inspiração para mim.
    Sempre!
    Sou sua fã de carteirinha, Nana!
    Continue nesse seu brilho, você é dona de impecável bom gosto.
    Bjs,
    minha querida,
    Eliana Crivellari-BH-MG

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